“Bebê Rena”: a história real por trás da série

A nova série da Netflix, "Bebê Rena", criada pelo ator escocês Richard Gadd, está rapidamente se estabelecendo como um sucesso notável.

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A nova série da Netflix, “Bebê Rena“, está rapidamente se estabelecendo como um sucesso notável. Criada pelo ator escocês Richard Gadd e baseada em sua peça teatral homônima, a série mergulha profundamente nas complexidades da saúde mental e do trauma com uma perspectiva ao mesmo tempo, sombria e humorada.

Bebê Rena” retrata a experiência perturbadora de um comediante que lida com uma stalker persistente, baseando-se na própria vivência de Gadd com uma situação semelhante. A série inova ao subverter os clichês típicos dos thrillers de perseguição, optando por uma abordagem que privilegia a empatia pela figura perturbada, ao invés de apenas vilanizá-la.

Criador de “Bebê Rena” explica toda a história da série

Richard Gadd compartilhou em entrevista que ofereceu chá a uma mulher solitária enquanto trabalhava num pub. Esse gesto acidentalmente desencadeou uma obsessão profunda, transformando-se em uma perseguição intensa que durou quatro anos. Durante esse período, a mulher enviou-lhe mais de 40.000 e-mails e incontáveis mensagens de voz, além de presentes perturbadores.

Apesar da situação angustiante, Gadd transformou essa experiência em arte, primeiro através de sua peça e agora com a série televisiva. “Bebê Rena” atua como uma forma de terapia artística, permitindo a Gadd processar seu trauma e discutir abertamente questões raramente expostas sobre a saúde mental masculina.

Além de seu papel de criador, Gadd também atua na série, trazendo uma autenticidade visceral ao papel de Donny, um avatar ficcional de si mesmo. A série não somente explora a situação de perseguição, mas também aborda a complicada dinâmica de Donny com a indústria da televisão e suas próprias lutas internas, incluindo uma agressão sexual que ele sofreu na vida real.

Assim, “Bebê Rena” desafia as convenções ao humanizar a stalker, Martha Scott. Na série, ela é retratada como uma pessoa com uma doença mental que falhou em receber ajuda adequada do sistema. Essa abordagem busca provocar reflexão nos espectadores sobre a complexidade das doenças mentais e as falhas do sistema de suporte.

Por fim, a série é um retrato devastador, porém compassivo, da trajetória de Richard Gadd, explorando temas dolorosos com uma delicadeza que evita o sensacionalismo. “Bebê Rena” já está disponível na Netflix, prometendo ser uma das produções mais significativas e empáticas do ano.

Sobre o autor

A. Cunha

Fã incondicional de samurais e Star Wars, franquia que já assistiu tudo que foi produzido até então. Adora ver diferentes estilos de filmes e séries, sobretudo as que fazem rir e refletir.