“Star Wars”: criador comenta que “ninguém entendia a Força”
Em 2012, George Lucas vendeu a Lucasfilm (e "Star Wars", claro) para a Disney por impressionantes 4 bilhões de dólares.
Em 2012, George Lucas vendeu a Lucasfilm (e “Star Wars“, claro) para a Disney por impressionantes 4 bilhões de dólares, marcando o início de uma nova era para a galáxia muito, muito distante. Ao longo da última década, tanto os fãs quanto o próprio Lucas expressaram reações mistas sobre a direção que a Disney tomou com a franquia “Star Wars“.
Recentemente, em uma entrevista ao The Hollywood Reporter, Lucas compartilhou suas reflexões sobre as sequências e spin-offs produzidos sob a liderança da Disney. “Eu era o único que realmente sabia o que era ‘Star Wars‘… quem realmente conhecia esse mundo, porque há muito nele. A Força, por exemplo, ninguém entendia a Força”, comentou Lucas. Ele sente que elementos essenciais de sua trilogia original foram perdidos na tradução.
Uma nova direção para “Star Wars“
Apesar desses sentimentos, Lucas reconhece a necessidade de seguir em frente uma vez que uma criação é entregue. “Você entrega, você entrega”, afirmou. Embora acredite que parte da essência de seus originais esteja ausente nos projetos da Disney, Lucas continua conectado ao universo “Star Wars“.
Ele frequentemente visita os sets e oferece consultoria aos cineastas, mantendo uma presença na expansão contínua de sua criação. Lucas trabalhou como consultor criativo no primeiro filme da trilogia sequela, “O Despertar da Força“, e visitou o set de “Andor“. Além disso, o criador de “Star Wars” é conhecido por ser fã de “Rogue One“.
Afinal, o que é a Força?
Um tema central em “Star Wars” é o conceito de equilibrar a Força, uma ideia que Lucas discutiu extensivamente. A Força é a essência vital do universo da franquia, conectando todos os seres. No entanto, interpretações equivocadas sobre o que significa equilibrar a Força proliferaram, especialmente com sugestões de um equilíbrio entre o lado claro e o lado sombrio, semelhante ao yin e yang.
Lucas refuta essa noção. Em uma reunião de 2010 com os escritores de “Star Wars: The Clone Wars“, ele explicou que o lado sombrio é uma distorção antinatural da Força. “O que acontece quando você vai para o lado sombrio é que ele fica desequilibrado, e então você se torna realmente egoísta… quando você se torna egoísta, você quer coisas. Ou você quer coisas e quando você quer coisas, e consegue coisas, então você tem medo de que alguém vá tirá-las de você… Uma vez que você se torna temeroso de que alguém vá tirá-las de você, ou que você vá perdê-las, então você começa a ficar com raiva… E essa raiva leva ao ódio, e o ódio leva ao sofrimento”, elaborou Lucas.
O que George Lucas diz
Na visão de Lucas, o lado claro representa a verdadeira natureza da Força. O lado sombrio é uma corrupção provocada pelo egoísmo e pela ganância. Ele enfatizou que a busca por esses vícios é passageira e, em última análise, destrutiva. Este conceito foi explorado mais a fundo em “The Clone Wars“.
Fica claro que o equilíbrio na Força não se trata de igualar o número de usuários do lado claro e do lado sombrio na galáxia. Em vez disso, como destacado pelos eventos em Mortis, aqueles que abraçam o lado claro agem em harmonia com a vontade da Força, servindo como seus agentes de equilíbrio.
A Filha, frequentemente retratada seguindo a vontade do Pai e trabalhando para protegê-lo, sugere que o lado claro se alinha com a verdadeira natureza da Força. Assim, em contraste, o lado sombrio representa uma influência corruptora que perturba esse equilíbrio, desviando os usuários da Força de seu verdadeiro propósito.
Mesmo com as críticas e desafios, a visão de Lucas para “Star Wars” continua a influenciar profundamente a franquia. À medida que novos criadores se juntam à história da galáxia muito, muito distante, eles continuam a tentar trazer à tela a visão de igualdade e diversidade que Lucas sempre imaginou para seu universo.