O Eternauta Final Explicado e segredos escondidos da série Netflix
Confira o que acontece no final da série O Eternauta. Texto com spoilers e explicação da série Netflix.

A 1ª temporada de O Eternauta chegou ao fim na Netflix com um episódio impactante e carregado de mistério. Baseada na icônica HQ argentina escrita por Héctor Germán Oesterheld, a série é uma mistura de ficção científica, drama político e tragédia familiar, ambientada em uma Buenos Aires pós-apocalíptica.
Agora, com a segunda temporada já confirmada pela Netflix, vale entender os acontecimentos finais da 1ª temporada e o que eles revelam sobre o destino de Juan Salvo, sua filha Clara e a verdadeira ameaça alienígena que paira sobre a humanidade.
A nevasca mortal é só o começo
Tudo começa com uma nevasca misteriosa que mata instantaneamente qualquer ser vivo que a toca. Juan Salvo e seus amigos conseguem sobreviver com roupas improvisadas à prova d’água e máscaras, enquanto o resto da população está presa em casa, isolada e sem comunicação. A princípio, todos acreditam se tratar de um ataque químico ou nuclear, mas logo fica claro: a nevasca é só a primeira etapa de uma invasão alienígena muito mais complexa.
Os primeiros sinais da verdadeira ameaça surgem quando Juan e Alfredo encontram um grupo de soldados aparentemente hostis — mas na verdade, estão em combate com criaturas alienígenas gigantes e insetoides. A cena, que marca o primeiro grande confronto com os invasores, é brutal e caótica. Os alienígenas envolvem suas vítimas em teias e as arrastam para suas colônias. Mas essa é apenas a camada visível do perigo.

Clara retorna… mas algo está errado em O Eternauta
O grande mistério da temporada gira em torno de Clara, filha de Juan, que desaparece logo após o início da catástrofe. Após episódios de busca desesperada, ela reaparece de forma repentina, encontrada por Elena, sua mãe. Mas logo fica claro que algo está errado: Clara não lembra como chegou ali, nega ter usado os equipamentos de proteção que estavam com ela e começa a apresentar comportamentos estranhamente apáticos e robóticos.
Esse retorno misterioso prepara o terreno para uma das revelações mais perturbadoras do episódio final: Clara, assim como outros humanos encontrados ao longo da série, está sendo controlada mentalmente por uma força alienígena. Os chamados “humanos-robôs” surgem como uma tropa silenciosa e obediente, que caminha em fileiras lado a lado com os alienígenas.
O colapso de Lucas: uma pista crucial
Outro momento marcante é a morte de Lucas, um dos amigos de Juan. Depois de episódios com comportamento errático, Lucas revela sinais claros de manipulação. Em um surto psicótico, ele esfaqueia Omar — um dos personagens mais queridos do grupo — e foge para o terraço de um prédio. Lá, sob a luz de um misterioso estádio, ele começa a divagar sobre “a Fundação”, dizendo que estão todos sendo vigiados.
Pouco depois, Lucas se joga do prédio. A suspeita de Juan se confirma: o comportamento de Clara, Lucas e dos atacantes mascarados está ligado a um controle mental exercido por uma entidade alienígena. Essa entidade é revelada nos minutos finais da série.
A revelação da “mão” alienígena

No último episódio, Juan decide investigar sozinho a origem de uma estranha luz azul que emana de um estádio. Lá, ele presencia uma cena arrepiante: uma multidão de humanos e alienígenas caminha em silêncio, em perfeita sincronia, como se estivessem hipnotizados. No centro de tudo, uma figura misteriosa aparece em uma espécie de palanque iluminado. É uma criatura de aparência humana, mas com dedos a mais — a “mão” alienígena, como são conhecidas nos quadrinhos originais.
Essa criatura parece comandar tudo apenas com um gesto ou uma presença silenciosa. Juan observa, em choque, uma criança na multidão — que parece ser sua filha Clara. É nesse momento que ele entende: Clara não voltou. Ela foi trazida de volta sob controle alienígena.
A humanidade está sendo reunida para ser escravizada?
Com essa cena, fica claro que toda a trajetória de Juan e seus amigos até o centro da cidade foi orquestrada. O plano era permitir que os sobreviventes enviassem um sinal de resistência — apenas para atrair mais pessoas ao “campo seguro”, o Campo de Mayo, que, na verdade, já está infiltrado pelos controlados. A ideia é agrupar os humanos em um só lugar, facilitar sua dominação e — talvez — convertê-los em soldados obedientes, como os alienígenas fizeram com os besouros e agora fazem com os humanos.
A luta de Juan está só começando
A série termina com Juan percebendo que tudo que viveu pode estar se repetindo. Ele já esteve ali antes. As visões que teve desde o início da invasão fazem ainda mais sentido agora: Juan Salvo é um viajante do tempo, ou ao menos, alguém preso em um ciclo temporal. Isso é fiel ao quadrinho original, em que Juan, ao ativar uma nave alienígena com sua família, se perde no tempo e passa a vagar por diferentes linhas temporais tentando reencontrá-las.
Na última cena, vemos Clara, já totalmente entregue ao comportamento programado, aprendendo a atirar com os soldados em Campo de Mayo. Ao fundo, uma música hipnótica e os olhares perdidos dos demais controlados confirmam: o pior ainda está por vir.
Segunda temporada de O Eternauta já foi confirmada
A boa notícia é que a Netflix já confirmou a 2ª temporada de O Eternauta. A série foi um sucesso de crítica e audiência na Argentina e em diversos países latino-americanos, o que reforçou o investimento na continuação da trama. O ator Ricardo Darín (Juan Salvo) já havia deixado pistas em entrevistas de que os trabalhos continuariam. Agora, com a confirmação oficial, os fãs poderão acompanhar os próximos capítulos dessa guerra silenciosa contra o esquecimento, a dominação e o tempo.
A segunda temporada deve adaptar os eventos posteriores do quadrinho, incluindo a descoberta de outros domos alienígenas, a possível rebelião de Juan contra os manipuladores e a sua tentativa de resgatar Clara — não apenas do campo militar, mas de sua prisão mental. O tom promete ser ainda mais político e existencial.