Pachinko | Série da Apple TV+ tem história real?
Pachinko é uma das melhores séries dos últimos anos, e merece ser descoberta por todos. Antes, veja se história é real.
Quando “Pachinko” estreou sua primeira temporada na Apple TV+ em 2022, rapidamente conquistou o público. Tudo com sua narrativa abrangente que acompanha a vida de Sunja, uma mulher coreana cuja jornada se estende desde sua infância até a velhice.
Interpretada por Minha Kim em sua juventude e pela vencedora do Oscar, Youn Yuh-jung, em seus anos mais maduros, Sunja cresce na Coreia ocupada pelo Japão. Isso antes de se mudar para começar uma nova vida no país ocupante.
A série também alterna entre a história de Sunja e a perspectiva de seu neto, Solomon Baek. Ele luta para corresponder às expectativas de sua família no Japão dos anos 1980.
“Pachinko” é uma profunda exploração dos temas de família e amor. E apesar de ser uma obra-prima da televisão, foi surpreendentemente subestimada e ignorada pelas premiações como o Emmy.
“Pachinko“ é uma história real?
“Pachinko” apresenta personagens bem elaborados e ambientações históricas fascinantes na Coreia e no Japão, o que torna fácil supor que a história se baseia em pessoas reais.
No entanto, a série, que é uma adaptação de um romance best-seller de 2017 escrito por Min Jin Lee, não é baseada em pessoas específicas. Apesar disso, a autora e os roteiristas da série utilizaram eventos históricos reais para dar vida aos personagens e à narrativa.
Como a criadora da série, Soo Hugh, explicou, embora a obra seja fictícia, as histórias contadas são baseadas em experiências vividas por muitas pessoas na vida real.
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O romance de Min Jin Lee foi ambientado em um contexto histórico pouco explorado. Trata-se da comunidade de coreanos Zainichi, que constitui o segundo maior grupo minoritário no Japão.
Zainichi refere-se aos coreanos que migraram para o Japão antes de 1945 e seus descendentes. Durante esse período, o Japão ocupava a Coreia, o que levou muitos coreanos, incluindo Sunja, a se mudarem para o Japão na década de 1930.
Os japoneses tratavam os coreanos que viviam no Japão naquela época como cidadãos de segunda classe. Eles enfrentavam intensa discriminação e frequentemente trabalhavam em condições extremamente precárias.
Muitas mulheres coreanas foram forçadas à escravidão sexual, conhecidas como “mulheres de conforto”, para servir ao exército japonês. Devido à exclusão dos coreanos das profissões mais respeitáveis, muitos acabaram gerenciando salões de pachinko, um tipo de jogo de azar.
Pés na realidade
“Pachinko“, portanto, retrata vários eventos históricos reais, como o terremoto de 1923 que devastou a região de Kantō no Japão. A tragédia, por exemplo, resultou na morte de mais de 140 mil pessoas e na destruição de grande parte das construções.
Assim, a série também aborda as consequências horríveis do terremoto, incluindo o Massacre de Kantō. Esses eventos servem para contextualizar o trágico passado de Hansu, personagem interpretado por Lee Minho.
A segunda temporada da série deve explorar ainda mais a Segunda Guerra Mundial. Assim, refletindo o impacto da entrada do Japão no conflito em 1939 sobre a vida de Sunja e sua família.
Uma das formas mais poderosas de “Pachinko” honrar as pessoas que inspiraram sua história, por exemplo, foi incluir várias figuras reais em filmagens documentais no final da primeira temporada.
Oito mulheres, todas com mais de 90 anos, compartilharam suas histórias, semelhantes à de Sunja. Para muitas delas, participar da série foi quase uma forma de cura. Lembrando ao público , então, que, embora Sunja seja uma personagem fictícia, os desafios que ela enfrentou são reflexos das lutas reais de muitos coreanos no Japão daquela época.