O Voo Sequestrado final do filme explicado | tudo o que acontece

O Voo Sequestrado traz impressionante história com final emocionante. Saiba o que acontece no filme da Netflix.

O Voo Sequestrado

O Voo Sequestrado, dirigido por Robert Peters, é um filme impactante que narra um evento real ocorrido em 1993, quando quatro adolescentes nigerianos sequestraram um voo da Nigerian Airways.

Embora o ato possa parecer criminoso à primeira vista, a história por trás do sequestro revela uma jornada de desespero e resistência contra um sistema corrupto.

Esses jovens, Benneth Oluwadaisi, Kabir Adenuga, Richard Ogunderu e Kenny Rasaq-Lawal, viram-se levados ao limite pela desigualdade e injustiça, e o sequestro da aeronave se tornou uma forma extrema de chamar a atenção das autoridades.

Contexto político: um país em crise

A Nigéria de 1993 vivia momentos de grande tensão política. Após a anulação das eleições gerais, o país estava à beira de uma guerra civil. O Movimento pela Democracia, grupo rebelde que lutava pela restauração democrática, mobilizava-se contra as autoridades em busca de eleições livres e justas.

Moshood Kashimawo, líder do Partido Social Democrata, havia vencido as eleições, mas a vitória foi anulada por Ibrahim Babangida, o líder militar da época, que tomou o poder.

Em meio ao crescente abismo entre ricos e pobres, muitos cidadãos nigerianos, incluindo os quatro jovens sequestradores, enfrentavam condições de vida deploráveis, sem acesso a necessidades básicas e sem perspectivas de justiça.

A história do sequestro

O sequestro do voo da Nigerian Airways tinha como objetivo pressionar o governo a restaurar a democracia. No filme, os quatro jovens — Kayode, Owiwi, Omar e Skipper — embarcam com a intenção de desviar a aeronave para Frankfurt, mas acabam forçando um pouso na capital de Níger, Niamey.

Assim como na vida real, eles foram motivados não por ganhos financeiros, mas por uma necessidade desesperada de justiça. A tripulação do avião descobriu armas escondidas no banheiro da aeronave, e embora o sequestro tivesse uma motivação política, ficou evidente para as autoridades que os sequestradores eram amadores e não estavam preparados para o impacto de sua ação.

Conforme mostrado em O Voo Sequestrado, os jovens mantiveram a situação sob controle sem ameaças reais de violência, apesar da tensão entre eles e as autoridades locais. No entanto, houve momentos de desespero, como quando Owiwi ameaçou ferir um passageiro para mostrar seriedade.

No fim, os sequestradores liberaram mulheres e crianças e estavam dispostos a se render, desde que duas demandas fossem atendidas: serem julgados em Níger e terem a chance de contar sua história ao mundo.

A conclusão do sequestro e o impacto mundial

No desfecho do filme, o exército nigeriano realiza uma missão de resgate, inicialmente envenenando a comida de Lee Zhang, filho do embaixador chinês, para tirá-lo do avião com segurança. Após estabilizarem Zhang, as forças especiais conseguem neutralizar os sequestradores.

Um dos jovens é ferido, mas todos são capturados e levados à justiça. Como os jovens solicitaram, foram julgados em Níger, e a situação trouxe visibilidade internacional à corrupção e à opressão enfrentadas pelos cidadãos nigerianos.

Após o sequestro, os quatro jovens cumpriram uma sentença de nove anos, mas o incidente repercutiu mundialmente, destacando as injustiças e a desigualdade social enfrentadas por uma geração que buscava mudanças em um sistema que os ignorava.

A história de O Voo Sequestrado é uma representação poderosa do que ocorre quando vozes desesperadas precisam ser ouvidas, revelando a complexidade de um ato que, longe de ser apenas um crime, foi um grito por justiça e dignidade.

O filme retrata esses jovens não como vilões, mas como vítimas de um regime opressor. O Voo Sequestrado é, portanto, uma obra que convida o espectador a refletir sobre a linha tênue entre atos de desespero e a necessidade de justiça em situações extremas.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.