A Caçada final do filme explicado | tudo o que acontece

A Caçada domina o Top 10 dos filmes mais assistidos da Netflix. Descubra o que acontece no final do filme.

A Caçada

Lançado em 2020 após um atraso controverso, A Caçada (The Hunt) se destaca como um thriller satírico que explora os perigos das desinformações na era digital.

O filme, dirigido por Craig Zobel, combina violência, ironia política e reviravoltas inesperadas para criar uma experiência única e provocativa.

A narrativa é centrada em um grupo de elites que organizam uma caça humana, abordando temas como teorias da conspiração, moralidade e o impacto destrutivo da informação não verificada.

A Premissa: Manorgate e a Caça Humana

A história começa com um grupo de mensagens que parece ser apenas uma brincadeira entre colegas corporativos sobre caçar pessoas. Contudo, o vazamento dessa conversa, apelidada de Manorgate, leva à demissão de todos os envolvidos.

Em retaliação, essas elites transformam a piada em realidade, treinando-se para caçar aqueles que expuseram suas mensagens. A justificativa dos caçadores é simples: as pessoas que propagaram as teorias levaram ao seu infortúnio, e agora receberão uma lição.

Esse cenário dá vida a Manorgate como uma alegoria para a rápida disseminação de desinformação online e suas consequências reais. O filme destaca o quanto um simples boato pode evoluir para algo perigoso e como essas falsas narrativas moldam percepções e comportamentos.

A Protagonista e a Reviravolta Final

Crystal (Betty Gilpin) surge como a improvável heroína. Forte e estrategista, ela vira o jogo contra os caçadores, enfrentando cada um deles até um confronto final com Athena (Hilary Swank), a líder do grupo.

Durante essa batalha, uma revelação surpreendente surge: Athena e seus aliados sequestraram a “Crystal errada”. Apesar disso, o embate culmina na morte de Athena, com a verdadeira identidade de Crystal permanecendo ambígua.

Essa incerteza reforça a mensagem central do filme: o perigo de agir sem evidências concretas. Assim como Athena errou ao capturar a pessoa errada, Crystal também comete um erro fatal ao matar Don, um suposto infiltrado, sem investigar a fundo.

A Caçada, referências e críticas

O filme utiliza referências culturais e literárias para enriquecer sua narrativa. Athena chama Crystal de “Snowball”, em alusão ao personagem de A Revolução dos Bichos, de George Orwell.

Crystal, no entanto, devolve a provocação, apontando que Athena compartilha mais semelhanças com o porco idealista e obsessivo da história. Essa troca resume a essência do filme: a crítica a sistemas de crença extremos e à falta de análise crítica em um mundo polarizado.

Mais do que uma batalha entre direita e esquerda, A Caçada aborda a cultura da “correção política” levada ao extremo. A sátira aponta como a vigilância excessiva sobre palavras e ações, amplificada pelas redes sociais, alimenta divisões e cria situações absurdas como a retratada no filme.

O final de A Caçada e uma possível continuação

Com um final aberto e politicamente carregado, A Caçada deixa espaço para discussões e, possivelmente, uma sequência. A mensagem é clara: em um mundo repleto de informações instantâneas e interpretações precipitadas, é fundamental questionar e verificar antes de agir.

Embora tenha enfrentado controvérsias antes mesmo de seu lançamento, A Caçada se mantém como um lembrete potente sobre os perigos da desinformação e a necessidade de discernimento em tempos de hiperconexão.

A performance magnética de Betty Gilpin e o roteiro provocativo garantem que o filme continue relevante como uma crítica feroz aos excessos da era digital.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.