Aqui | final do filme explicado e tudo o que acontece

Aqui é a nova empreitada de Robert Zemeckis, diretor de Forrest Gump e De Volta Para o Futuro, com Tom Hanks e Robin Wright.

Aqui

O diretor Robert Zemeckis, conhecido por sua habilidade em explorar novas tecnologias no cinema, traz um novo experimento visual com o filme Aqui (Here).

Utilizando a tecnologia de inteligência artificial de rejuvenescimento em tempo real, chamada Metaphysic Live, a obra apresenta um formato ousado ao se passar inteiramente dentro de uma única sala e com uma câmera quase imóvel. No entanto, apesar de sua inovação técnica, o filme tem dividido opiniões entre público e crítica.

A Trama de Aqui

Baseado na graphic novel homônima de Richard McGuire, o filme explora a história de uma casa e seus diversos habitantes ao longo do tempo, desde a era dos dinossauros até os dias atuais. A narrativa não-linear é contada por meio de painéis na tela, mostrando múltiplas linhas temporais simultaneamente.

O enredo central foca na família Young, que se muda para a casa nos anos 1940 após a Segunda Guerra Mundial. Al (Paul Bettany) e Rose (Kelly Reilly) criam seus três filhos, Richard, Elizabeth e Jimmy, no local. Richard (interpretado por Tom Hanks, rejuvenescido digitalmente) eventualmente se casa com Margaret (Robin Wright), e juntos enfrentam os altos e baixos de criar uma família sob o mesmo teto que os pais de Richard.

Além dos Young, o filme apresenta outros residentes ao longo dos séculos, como o inventor de uma poltrona reclinável nos anos 1940, os primeiros inquilinos do século XX e até o filho ilegítimo de Benjamin Franklin.

Em um dos momentos mais impactantes, o filme lembra que a terra onde a casa foi construída originalmente pertencia ao povo indígena Lenni-Lenape, estabelecendo uma conexão simbólica com a natureza, representada pelo colibri que aparece em várias eras.

No presente, o filme retrata a convivência de uma família durante a pandemia de C*VID-19, trazendo um tom melancólico e contemporâneo.

Um Final Simbólico, Mas Sem Impacto

O desfecho de Aqui mostra Richard e Margaret visitando a casa vazia, agora à venda. Margaret, que sofre de demência, é incapaz de recordar os momentos vividos ali até que Richard menciona um episódio envolvendo sua filha, Vanessa.

A memória desperta uma reação emocional em Margaret, levando-a a dizer: “Eu amo este lugar“. Pela primeira vez, a câmera se move, mostrando o exterior da casa e conectando o passado e o presente em uma visão simbólica.

O colibri, presente em várias épocas da narrativa, reforça a ideia de continuidade e interconexão entre as diferentes vidas que ocuparam aquele espaço. Embora compreensível em sua proposta, o final carece de profundidade emocional para causar um impacto duradouro.

Tecnologia e Ambição vs. Emoção

Zemeckis demonstra mais uma vez seu pioneirismo no uso de tecnologia, mas a execução de Aqui deixa a desejar em outros aspectos. Apesar das boas atuações do elenco, incluindo Tom Hanks e Robin Wright, a narrativa fragmentada dificulta a conexão do público com os personagens.

A escolha de limitar o cenário a uma única sala e o uso de uma câmera estática, embora inovadores, tornam o filme visualmente claustrofóbico e emocionalmente distante.

O longa tenta evocar o mesmo impacto de Forrest Gump, com o qual compartilha o roteirista Eric Roth, mas não alcança a mesma força narrativa. A comparação entre os dois filmes, inevitável desde os trailers, só destaca as fragilidades de Aqui.

Aqui é uma obra ambiciosa que explora novas possibilidades técnicas e narrativas, mas que acaba tropeçando em sua própria estrutura. Apesar de seu apelo visual e da tentativa de abordar temas universais, o filme não consegue sustentar o interesse ao longo de seus 104 minutos.

É uma experiência cinematográfica interessante para os fãs de Zemeckis, mas que provavelmente não agradará ao público em geral.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.