Babygirl final do filme explicado e tudo o que acontece

Babygirl é um drama sensual com Nicole Kidman que promete explorar os limites do desejo e da obsessão. Saiba o que acontece no final.

Babygirl

Desde sua estreia, Babygirl, estrelado por Nicole Kidman e Harris Dickinson, tem gerado discussões acaloradas sobre seus temas provocativos e seu desfecho controverso.

O thriller adulto explora a relação entre uma poderosa CEO e um jovem estagiário, subvertendo clichês de romances com grande diferença de idade. Mas ao contrário do que muitos esperavam, a história não se trata apenas de desejo e poder, e sim de um conflito interno sobre identidade e satisfação pessoal.

Embora o título possa sugerir que Samuel é a “Babygirl”, é Romy quem realmente ocupa essa posição. Por 19 anos, ela viveu um casamento sem satisfação sexual, e a simples forma como Samuel a chama de “Babygirl” carrega um peso emocional e simbólico.

O termo revela um desejo de submissão disfarçado em uma vida aparentemente controlada. Enquanto Romy domina sua carreira e sua vida familiar, ela não tem controle real sobre suas próprias necessidades e vontades. Samuel, por outro lado, simboliza seu lado mais primitivo, seu “Id”, enquanto ela mesma representa seu “Ego” racional.

O filme é repleto de elementos simbólicos que ajudam a compreender a dinâmica entre os personagens e o que está realmente em jogo na narrativa.

Leite e cães

Uma das cenas mais discutidas é quando Romy bebe leite após um encontro tenso com Samuel. O leite, normalmente associado à pureza e à nutrição, representa um ato de rendição: Romy está se permitindo abraçar seus desejos mais ocultos, abandonando a rigidez de sua personalidade controladora.

Logo no início, Romy se assusta com um cão raivoso que Samuel consegue acalmar. O cão simboliza os desejos internos de Romy, que parecem incontroláveis, mas que Samuel consegue “domar”. À medida que a história avança, a relação entre os dois segue um padrão similar, com Samuel agindo como um canal para Romy expressar seus instintos reprimidos.

A Gravata: Um Chamado ao Desejo

Samuel deixa para trás uma gravata, que Romy eventualmente leva para casa e, em uma cena intensa, chega a mordê-la. O objeto é uma isca, um convite para que ela aceite sua atração por ele. A forma como ela interage com a gravata revela sua luta entre resistir e se entregar.

Romy Quer Ser Controlada?

Dizer que Romy quer ser controlada seria uma leitura superficial. Mais do que isso, ela busca uma forma de conexão e entendimento que nunca encontrou em seu casamento ou em sua carreira. Criada em um ambiente extremamente disciplinado, possivelmente em uma cultura de repressão emocional, ela se sente atraída por Samuel não apenas pelo desejo físico, mas pelo que ele representa: liberdade, intensidade e autenticidade.

O Teatro de Jacob e a Reflexão Sobre a Vida de Romy

O marido de Romy, Jacob, dirige uma peça baseada em Hedda Gabler, uma tragédia que trata da repressão social e do desejo por liberdade. O paralelismo entre a história de Hedda e a de Romy é evidente. Enquanto Hedda está presa pelas expectativas sociais, Romy está presa por sua própria incapacidade de agir sobre seus desejos.

O Final de Babygirl: Romy Conseguiu o Que Queria?

No desfecho do filme, Romy volta para Jacob, mas está transformada. A experiência com Samuel lhe deu confiança para enfrentar sua vida de outra forma.

O simbolismo final, com Samuel brincando com o mesmo cão no quarto de hotel onde tiveram seu primeiro encontro, sugere que ele ainda vive dentro dela. O prazer que ela sente com Jacob pode significar tanto que ela agora tem controle sobre seu próprio desejo quanto que Samuel ainda domina sua mente.

No fim, Babygirl é uma história sobre autodescoberta e satisfação pessoal, que desafia a ideia de poder e submissão em relações. Romy finalmente encontra sua liberdade, mas se isso significa que ela venceu ou apenas se acomodou à sua nova realidade é uma pergunta que o filme deixa em aberto.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.