Doce Família | Filme tem segredo por trás da história na Netflix

O filme “Doce Família” chegou no catálogo da Netflix e logo já fez muito sucesso com o público brasileiro. Com seu humor bastante familiar, ele parecer uma comédia nacional original, só que ele guarda um segredo interessante: trata-se de uma adaptação de um longa-metragem mexicano de sucesso, intitulado “Dulce Familia”.

Claro, a versão brasileira passou por reformulações, que abordam temas bastante importantes no Brasil como a gordofobia e os padrões de beleza que a sociedade impõe. Só que sua essência tem muito da versão mexicana e isso só acrescenta ainda mais a qualidade da produção do filme.

A história do filme “Doce Família”

Na versão brasileira de “Doce Família“, conhecemos a vida de Tamara (Mariana Xavier), uma talentosa confeiteira que está prestes a se casar com seu namorado, Beto (Gabriel Godoy). Seu sonho é usar o mesmo vestido de noiva que sua mãe, Verônica (Maria Padilha), usou no casamento dela. No entanto, para caber no vestido, Tamara precisa enfrentar uma revolução estética e seguir uma dieta rigorosa. Dessa forma, enfrentando os padrões irreais de beleza e a pressão familiar.

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Tamara precisa lidar com a empresa de emagrecimento de sua mãe, e suas duas irmãs, Babi (Viih Tube) e Alê (Karina Ramil), que também refletem as dinâmicas e pressões sociais sobre o corpo feminino. À medida que a protagonista se esforça para cumprir esses padrões, a comédia revela as dificuldades que muitas mulheres enfrentam. Tudo isso, por tentar se enquadrar em moldes impostos pela sociedade.

A Revelação: Uma História de Origem Mexicana

O que muitos fãs do filme talvez não saibam é que “Doce Família” não é uma ideia completamente original brasileira. Na verdade, é uma adaptação do filme mexicano “Dulce Familia”, lançado em 2019. A produtora executiva brasileira Deborah Nikaido, da Galeria Distribuidora, explicou que o longa foi “completamente reconstruído” para o público brasileiro, mas a trama original, que trata de temas semelhantes de aceitação corporal e autoimagem, veio da versão mexicana.

Segundo Nikaido, a adaptação teve uma reformulação com bastante cuidado para levantar questões relevantes no Brasil, como a gordofobia e os padrões de corpo, inserindo uma narrativa divertida e leve através da comédia. Além disso, a equipe contou com a consultoria de especialistas no tema para garantir que a mensagem fosse transmitida de forma respeitosa e reflexiva.

Temas Universais: Gordofobia e Pressão Familiar

Tanto na versão brasileira quanto na mexicana, o enredo de “Doce Família” foca em temas universais, como a pressão para se conformar aos padrões de beleza e a dificuldade de lidar com a gordofobia, especialmente dentro do núcleo familiar. No filme, as relações entre Tamara, sua mãe e suas irmãs refletem dinâmicas comuns em muitas famílias, onde a expectativa estética e a busca pela aceitação social geram tensões e conflitos internos.

A versão brasileira, no entanto, vai além, adaptando o roteiro para incluir discussões culturais e sociais mais alinhadas com a realidade brasileira. O resultado é uma comédia que não apenas entretém, mas também abre espaço para uma conversa mais profunda sobre autoaceitação e os desafios enfrentados por quem não se encaixa nos padrões convencionais de beleza.
A Importância da Adaptação

Embora o fato de “Doce Família” ser uma adaptação de um filme mexicano possa surpreender alguns, essa prática é comum na indústria cinematográfica. É quando histórias de sucesso em um país ganham reformulação para alcançar novos públicos. No caso de “Doce Família“, a adaptação foi um sucesso porque conseguiu manter a essência do filme original. Mas, ao mesmo tempo dialogou diretamente com questões culturais e sociais importantes no Brasil.

A decisão de reconstruir a narrativa também mostra o cuidado da equipe em criar um filme que não apenas refletisse a comédia leve e divertida, mas que também abordasse temas urgentes como a gordofobia, algo que afeta muitas pessoas no Brasil e no mundo.