Monstros: Irmãos Menendez | advogado diz que irmãos podem ser soltos depois da série

Monstros: Irmãos Menendez pode render algumas mudanças no caso real dos irmãos. Advogado diz que situação pode ser revertida.

Monstros Irmãos Menendez
Imagem: Divulgação.

Com o lançamento da segunda temporada de Monstros na Netflix, o caso dos irmãos Lyle e Erik Menendez, que chocou o mundo em 1989, voltou a ganhar destaque. A série, intitulada Monstros: Irmãos Menendez, revisita os eventos que levaram os irmãos a matar seus pais, alegando ab*sos sexuais e emocionais sofridos ao longo da vida.

Em 1989, Lyle e Erik Menendez assassinaram brutalmente seus pais, José e Kitty Menendez, em sua mansão em Beverly Hills. O crime, inicialmente sem suspeitos, atraiu os holofotes da mídia, especialmente após os irmãos serem presos e confessarem o assassinato.

Em sua defesa, então, afirmaram que os pais os abusaram tanto emocional quanto sexualmente, o que teria motivado os crimes. Apesar dessa alegação, os irmãos foram condenados à prisão perpétua em 1996, sem a possibilidade de liberdade condicional.

Com a nova série de Ryan Murphy, portanto, surge também uma nova tentativa da defesa para libertá-los. O advogado de defesa dos irmãos, Mark Geragos, acredita que o caso pode ter um desfecho diferente se julgado nos dias de hoje.

De acordo com Geragos, se o julgamento ocorresse atualmente, o resultado seria, em 99% das vezes, uma condenação por homicídio culposo, resultando em uma sentença de 20 a 30 anos. Ele destaca que o contexto cultural mudou, e o entendimento sobre abusos domésticos e suas consequências evoluiu.

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Novas provas e a possibilidade de liberdade

Além da série da Netflix, outra reviravolta surgiu em maio de 2023. Tudo quando uma petição de Habeas Corpus foi apresentada à Corte Superior do Condado de Los Angeles.

A petição traz novas evidências que podem influenciar o destino dos irmãos. Uma delas é uma carta de Erik para seu primo Andy Cano, escrita meses antes dos assassinatos, onde descreve os abusos que sofria do pai. Além disso, o ex-integrante do grupo Menudo, Roy Rosselló, acusou José Menendez de ter abusado sex*almente dele nos anos 1980.

Geragos argumenta que essas evidências, que não foram consideradas no segundo julgamento, somadas a outros erros processuais, tornam o caso elegível para uma nova revisão. Ele afirma que há três opções para o juiz. Negar o pedido, ordenar uma resposta formal do promotor ou emitir uma ordem para resposta informal, como já foi feito.

Segundo Geragos, então, a equipe de defesa tem apresentado novas declarações de testemunhas e documentos. Isso com o apoio de 24 membros da família dos irmãos, que pedem que eles sejam re-sentenciados.

Apesar desse esforço, entretanto, o caminho para a liberdade ainda é incerto. O promotor Dmitry Gorin e o advogado de defesa Neama Rahmani veem as novas evidências com ceticismo. Para Gorin, por exemplo, elas não são suficientes para mudar o curso do caso, sendo mais uma repetição das alegações anteriores. Rahmani vai além, classificando a estratégia de defesa como uma “jogada desesperada”, pouco provável de resultar na concessão do pedido.

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O impacto de Monstros: Irmãos Menendez

Embora Monstros: Irmãos Menendez possa despertar mais atenção para o caso, ainda não está claro se isso será suficiente para alterar a sentença dos irmãos. A defesa tem esperança de que a série traga um novo olhar sobre o caso. Assim como outras produções de crimes reais já fizeram no passado, como a série The Jinx, da HBO, que levou à prisão e condenação de Robert Durst.

Entretanto, o impacto da série pode não ser tão positivo quanto esperado. Erik Menendez, inclusive, já expressou publicamente seu descontentamento com a maneira como ele e seu irmão foram retratados na série.

Críticos apontam inconsistências na narrativa. Além disso, a recepção do público foi menos favorável do que a primeira temporada de Monstros, que abordou a história de Jeffrey Dahmer.

O futuro de Lyle e Erik Menendez continua indefinido. Embora a série da Netflix possa ter reacendido o interesse pelo caso, a defesa ainda enfrenta um caminho árduo para conseguir a libertação dos irmãos. As novas evidências apresentadas podem não ser suficientes para garantir um novo julgamento. Mas trazem à tona a discussão sobre o impacto de traumas e abusos na vida dos envolvidos.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.