Não! Não Olhe! final do filme explicado e tudo o que acontece

Não! Não Olhe! é o mais novo filme de Jordan Peele e já está disponível na Netflix. Saiba o que acontece no final.

Não! Não Olhe!

Jordan Peele é um diretor que não teme mergulhar no estranho e no existencial. Seu filme Não! Não Olhe (Nope, no original) é um exemplo perfeito disso, misturando elementos de ficção científica, terror e drama em uma narrativa que explora a obsessão humana pelo espetáculo e as consequências de explorar o desconhecido.

Desde o início de sua carreira na comédia, Peele demonstrou uma habilidade única para combinar humor e crítica social. Com o sucesso de Key & Peele, ele provou sua versatilidade e criatividade.

No entanto, foi com Corra! (Get Out) que Peele se firmou como um mestre do terror socialmente consciente, abordando temas como racismo e apropriação de corpos. Agora, com Não! Não Olhe, ele eleva sua narrativa para uma análise mais ampla da relação humana com a natureza, o desconhecido e o desejo de controle.

Do que se trata Não! Não Olhe?

O filme segue os irmãos OJ Jr. (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer), que tentam desvendar o mistério extraterrestre que assombra sua fazenda. Descendentes de uma longa linhagem de treinadores de cavalos para a indústria do entretenimento, eles enfrentam dificuldades financeiras e enxergam no avistamento alienígena uma oportunidade de lucrar com a tão almejada “foto do século” – ou, como chamam, o “Oprah Shot”.

Enquanto isso, Ricky Park (Steven Yeun), dono de um parque temático, utiliza o OVNI como uma forma improvisada de terapia de exposição, apesar de ter traumas profundos de sua infância, quando testemunhou um chimpanzé matar colegas de elenco em um set de filmagem. As histórias se entrelaçam em um clímax emocionante que revela que o OVNI não é apenas uma nave, mas uma criatura predatória que desafia a compreensão humana.

Uma análise do final do filme

No desfecho, Emerald finalmente assume o controle da situação e consegue capturar a imagem do alienígena em sua forma verdadeira, enquanto OJ Jr. distrai a criatura. O final dá aos protagonistas uma vitória clara, algo que muitos fãs apreciaram, especialmente em comparação com o final mais ambíguo de Nós (Us), outro filme de Peele.

No entanto, a celebração do final é perturbadora quando se reflete sobre o contexto: a criatura foi transformada em espetáculo e destruída pela necessidade humana de controlar e explorar o desconhecido.

A crítica de Jordan Peele

Peele explica que o filme é uma crítica à exploração e ao fascínio humano pelo espetáculo. Ele cita a prática de rubbernecking – quando motoristas diminuem a velocidade para observar acidentes – como inspiração para o conceito. Em Não! Não Olhe, essa obsessão é explorada por meio de personagens que tratam animais selvagens e fenômenos extraterrestres como ferramentas de entretenimento, ignorando as consequências.

A relação de Ricky com o chimpanzé Gordy é um reflexo disso. O animal, explorado para fins de audiência, acaba cometendo um ato de violência extrema, algo que ninguém previu porque os riscos foram ignorados. Da mesma forma, o alienígena, uma criatura desconhecida e potencialmente inofensiva, é colocado sob os holofotes humanos sem consideração pelo que isso pode desencadear.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.