“Napoleão”: A verdadeira história do filme
Sempre que se cria um filme sobre uma figura histórica , o debate sobre sua precisão surge, e "Napoleão", de Ridley Scott, não é exceção.
Sempre que se cria um filme sobre uma figura histórica relevante, o debate sobre sua precisão histórica surge, e “Napoleão“, de Ridley Scott, não é exceção.
Desde o início, o filme, estrelado por Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby, despertou curiosidade ao retratar a ascensão de Napoleão de soldado a Imperador da França e seu relacionamento com Josefina.
A verdade é que filmes como “Napoleão” não podem capturar com perfeição a complexidade de figuras históricas tão divisivas e multifacetadas.
“Napoleão” tem histórias trágicas
Tragédias marcaram a história de Josefina antes de conhecer Napoleão, explicando muitos de seus comportamentos após o casamento. A guilhotinação de seu primeiro marido durante o Reinado do Terror e sua própria prisão terminaram sua primeira união.
Diversos relacionamentos envolveram-na ao conhecer Napoleão, enquanto ela buscava segurança para si e seus filhos. Napoleão, por sua vez, era um jovem oficial militar com muitas inseguranças e pouca experiência pessoal, encontrando em Josefina a segurança e o suporte que lhe faltavam.
Napoleão partiu para a Itália dois dias após o casamento, e a troca de cartas entre o casal revela paixão da parte de Napoleão, mas distância da parte de Josefina, que já tinha um amante.
Com o tempo, Napoleão passou a ver a relação como necessária para consolidar seu status político, apesar da pressão por um herdeiro ter sido um dos principais motivos para o divórcio. Eles mantiveram uma relação amigável e respeitosa após a separação, o que contribuiu para a imagem de Josefina como seu “verdadeiro amor”.
Personagem histórico teve amantes
Além de Josefina, Napoleão teve relações notáveis com a Condessa Maria Walewska, uma nacionalista polonesa, e mais tarde, casou-se com Marie Louise, filha do Imperador austríaco Francisco II, formando alianças estratégicas. Essas relações e alianças refletem a complexidade do personagem como figura histórica, que, apesar de se valer de ideais revolucionários, também aderiu a práticas da velha nobreza.
Sendo assim, a figura de Napoleão permanece complexa e contraditória, mesclando ideais revolucionários com a realpolitik de alianças nobres.
Seu impacto na formação da Europa moderna, por meio do Código Napoleônico e do fomento à identidade nacional, é indiscutível. No entanto, capturar a verdadeira natureza e o impacto do personagem em um filme é impossível, pois ainda vivenciamos suas consequências.