“Napoleão”: Ridley Scott retratou personagem de forma específica
Ridley Scott retorna com "Napoleão", subvertendo as expectativas do gênero dos Grandes Homens através da performance de Joaquin Phoenix.
Ridley Scott retorna com “Napoleão“, subvertendo as expectativas do gênero dos Grandes Homens através da performance neurótica de Joaquin Phoenix.
Diferentemente de obras como “Oppenheimer“, que exalam grandiosidade, Scott nos apresenta um Imperador Francês retratado de maneira perversa, desafiando nossa percepção de figuras históricas veneradas.
Este filme segue a ascensão de Napoleão Bonaparte, interpretado por Phoenix, de um jovem oficial do exército francês até seu reinado como Imperador da França.
A narrativa foca em sua relação conflituosa com Josephine de Beauharnais (Vanessa Kirby), misturando guerra implacável e questões pessoais.
Scott, conhecido por dirigir épicos históricos grandiosos como “Gladiador” e “O Último Duelo“, recebeu um orçamento de US$ 200 milhões para o filme. Desta forma, prometeu uma performance de bilheteria promissora para os épicos de época.
“Napoleão” tem grandes diferenças
O humor do filme mina a dignidade dos detalhes históricos, destacando a impotência sexual de Napoleão em cenas que misturam absurdo e comédia.
Este aspecto transforma “Napoleão” tanto em uma grandiosa épica de guerra quanto em um romance gótico e perverso, onde a relação tóxica entre Napoleão e Josephine ilumina a humanidade dos aristocratas, ao mesmo tempo que os retrata como figuras desesperadas e obcecadas por sexo.
Comparado a outras cinebiografias de Grandes Homens, como “Oppenheimer” de Christopher Nolan, “Napoleão” de Scott se destaca por sua abordagem temática distinta.
Enquanto Nolan retrata Oppenheimer como “a pessoa mais importante que já viveu”, Scott nos entrega um Napoleão desprovido da pompa associada ao gênero, exibindo um monarca mesquinho que alcançou poder e influência apesar de negligenciar seus deveres como nobre general e burocrata.
“Napoleão” desafia as convenções do cinema ao questionar a fonte do poder na França do século XIX e revisitar figuras históricas complexas.
Por fim, Scott, ao longo de quase 50 anos de carreira, nunca adotou uma filosofia profunda sobre guerra ou o impacto sociológico da violência, mas sua obra desmascara a origem pouco lisonjeira do poder, levantando questionamentos sobre como figuras como Napoleão Bonaparte conseguiram alcançar tal prestígio no cânone da história mundial.