O Poço 2 final do filme explicado | tudo o que acontece

O Poço 2 estreou na Netflix deixando o público com várias dúvidas sobre o final. O que acontece e qual a ligação com o filme anterior?

O Poço 2
Imagem: Divulgação.

O final de O Poço 2 deixa os espectadores com muitas questões, assim como aconteceu no primeiro filme. A história continua no mesmo universo distópico do original, onde prisioneiros precisam lutar pela sobrevivência em uma prisão vertical com um sistema de alimentação desigual.

No entanto, desta vez, novas regras são impostas e mais camadas de complexidade são adicionadas. O que torna o desfecho do filme um quebra-cabeças envolvente e perturbador.

A protagonista, Perempuán (Milena Smit), entra nesse mundo com uma mentalidade de sobrevivência, adaptando-se ao novo regime imposto pelos prisioneiros, que criaram um sistema rígido. Cada pessoa deve comer apenas o que escolheu, e qualquer infração é severamente punida.

Inicialmente, Perempuán se conforma a essa ordem, mas à medida que a brutalidade dessas punições se revela, ela começa a questionar e resistir.

Dagin Babi (Óscar Jaenada) pune arbitrariamente Perempuán, e ela decide seguir o plano de fuga de sua antiga colega de cela, que Babi havia matado.

O plano envolve aproveitar o momento em que o gás é liberado para reorganizar as celas e, aparentemente, permitir que os prisioneiros pareçam mortos. Assim, sendo transportados para fora. Perempuán, ao simular sua morte e escapar da opressiva liderança de Babi, acaba por encontrar um garoto. Ele está em uma das celas mais inferiores, no nível 333, onde decide arriscar sua vida para salvá-lo.

Imagem: Divulgação.

O desfecho e a conexão com o filme original

Um dos momentos de maior impacto no final de O Poço 2 é o reencontro de Perempuán com Trimagasi (Zorion Eguileor), que muitos reconhecerão do primeiro filme.

Isso revela que O Poço 2 é, na verdade, um prelúdio, se passando antes dos eventos do original. A última cena conecta os dois filmes diretamente, quando Goreng (Ivan Massagué), protagonista do primeiro filme, ouve a voz de Perempuán no final, sugerindo que eles se conheciam fora da prisão.

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Isso deixa os espectadores com a questão de como essas histórias estão ainda mais entrelaçadas do que se imaginava.

A jornada de Perempuán parece culminar em sua morte, especialmente após seu esforço heroico para salvar a criança. Ela sofre ferimentos graves enquanto tenta flutuar para fora da prisão, perdendo muito sangue no processo.

A cena final, onde ela desce para as profundezas escuras da prisão com o garoto, parece indicar que sua jornada chegou ao fim. No entanto, suas ações redimem seu passado, e o garoto ganha uma nova chance de vida, conforme indicado por outros personagens que ela encontra na escuridão.

Imagem: Divulgação.

A metáfora das crianças e a sociedade

Ao longo do filme, vemos cenas perturbadoras de crianças brincando em uma pirâmide de pedra, lutando pelo topo, mas terminando em violência e caos.

Isso espelha o que acontece no sistema prisional de O Poço 2 e serve como uma metáfora para as estruturas de poder na sociedade. No final, então, fica claro que a criança que Perempuán salva é uma dessas que foi colocada no nível mais baixo da prisão, sem praticamente nenhuma chance de sobrevivência.

Isso levanta perguntas sobre o papel dessas crianças no sistema e se elas são uma oportunidade para os prisioneiros encontrarem redenção.

Assim como no primeiro filme, O Poço 2 deixa várias questões em aberto. As crianças são reais ou apenas alucinações? Qual é o verdadeiro propósito da prisão?

Parece que, na lógica distorcida desse universo, então, as crianças representam uma chance de redenção para os prisioneiros, uma última oportunidade de se libertarem de suas prisões internas ao salvarem uma vida inocente. Para Perempuán, sua missão de salvar o garoto, mesmo ao custo de sua própria vida, pode ser vista como sua salvação final.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.