O Portal: A História Oculta de Zona Divas | Segredo por Trás Revelado
O Portal A História Oculta de Zona Divas é a nova série da Netflix que desvenda uma história real. Saiba os detalhes.
A série documental “O Portal: A História Oculta de Zona Divas”, lançada em 2024 pela Netflix, mergulha no lado sombrio da internet, revelando como um site aparentemente inofensivo, chamado Zona Divas, estava diretamente ligado a um esquema macabro de tráfico humano e exploração sexual.
O documentário expõe a tragédia de cinco mulheres que foram brutalmente assassinadas na Cidade do México, todas com perfis vinculados ao site. No centro deste enredo devastador estão os fundadores do site, conhecidos como Soni e Tony. Mas o que realmente aconteceu com esses homens, e como eles se tornaram os protagonistas deste obscuro submundo?
O Que Era o Site Zona Divas?
Lançado por volta de 2010, Zona Divas era um site que facilitava o contato entre acompanhantes e clientes. O site permitia que as mulheres criassem perfis com suas informações pessoais, fotos e números de contato, em troca de uma taxa de publicidade. Oficialmente, os fundadores, Soni e Tony, alegavam que a função do site era meramente publicitária, e que não havia envolvimento direto em atividades ilegais. As mulheres eram obrigadas a assinar contratos afirmando que não estavam a explorando ou as forçando a qualquer tipo de trabalho.
No entanto, por trás dessa fachada de “publicidade” legal, o Zona Divas estava envolvido em atividades criminosas, incluindo tráfico humano e extorsão. Grande parte das mulheres com perfis no site vinha de países da América do Sul, trazidas ao México sob falsas promessas de trabalho legítimo. Ao chegarem, descobriam que precisavam trabalhar como acompanhantes para pagar as dívidas que contraíram com seus recrutadores. Seus passaportes ficaram presos, e elas ficavam sob controle rígido, sem liberdade de movimento.
As Mortes Brutais e a Rede de Exploração
A série documental destaca o caso de cinco mulheres que tentaram escapar da rede de exploração sexual, mas que acabaram morrendo. Entre elas estavam Wendy Cortes e Genesis, ambas da Venezuela, que foram assassinadas em quartos de hotel depois de tentarem deixar o esquema de Zona Divas. Outro caso trágico foi o de Kenni, que foi sequestrada, torturada e morta por seu namorado, que se revelou um assassino de aluguel envolvido com a rede de tráfico.
O documentário revela como essas mortes eram parte de uma estratégia de retaliação contra as mulheres que tentavam se libertar da exploração. A corrupção nas forças policiais mexicanas permitia que muitos desses crimes ficassem impunes, o que só aumentava a vulnerabilidade dessas mulheres.
O Que Aconteceu com Soni e Tony de O Portal: A História Oculta de Zona Divas?
Soni, cujo nome verdadeiro é Ignacio Santoyo, foi para a prisão em 2007 por operar um site de tráfico humano semelhante. No entanto, ele saiu após cumprir apenas alguns anos de prisão e, em seguida, fundou o Zona Divas. Ele sempre defendeu que o site operava dentro dos limites da lei, apesar das suspeitas e evidências crescentes de seu envolvimento em uma rede de exploração sexual.
Em 2019, Soni foi para a prisão novamente, desta vez sob acusações de tráfico humano e extorsão sexual, mas o caso contra ele não avançou. Em uma reviravolta frustrante, Soni foi liberado, permanecendo um homem livre até hoje. Apesar das evidências incriminadoras, a corrupção dentro do sistema de justiça mexicano e a falta de ação eficaz das autoridades impediram que ele fosse responsabilizado pelos crimes associados ao Zona Divas.
Quanto a Tony, seu parceiro de negócios, a série não fornece muitos detalhes sobre seu destino, mantendo o foco em Soni como o principal articulador do site. No entanto, é claro que ambos estiveram profundamente envolvidos no funcionamento dessa rede perversa de exploração e abuso.
Os Assassinos Foram Capturados?
Apesar de investigar e se esforçar para prender os responsáveis pelos assassinatos, a justiça trouxe poucos culpados à responsabilidade. O tribunal condenou Daniel, um dos assassinos de Genesis, a 80 anos de prisão com base em provas de vídeo e testemunhos de motoristas que o ligavam ao crime. As autoridades prenderam Bryan Mauricio (conhecido como “El Pozoles”) por tráfico de drogas e o mantêm sob suspeita de envolvimento nos outros assassinatos, mas ele ainda não recebeu uma condenação pelos homicídios.
Um fato surpreendente no caso de Kenni é que ela documentou as evidências de seus abusos e ameaças no celular, o que acabou ajudando as autoridades a construir um caso contra Mauricio. No entanto, como a série aponta, muitos dos culpados ainda estão livres, e Soni, em particular, continua a viver sem enfrentar consequências legais, possivelmente administrando um novo site semelhante ao agora encerrado Zona Divas.
O Legado de Zona Divas: Um Ciclo de Exploração Continua
“O Portal: A História Oculta de Zona Divas” revela a triste realidade de como a internet pode perpetuar sistemas de exploração e violência. Particularmente contra mulheres vulneráveis. Embora o Zona Divas acabou, o documentário levanta a questão de quantos outros sites semelhantes continuam operando nas sombras, e de como a impunidade dos responsáveis perpetua esse ciclo.
A história de Soni e Tony é um reflexo das falhas do sistema de justiça mexicano em proteger as mulheres e punir os criminosos. Mesmo com o fechamento de Zona Divas, o documentário da Netflix deixa claro que a exploração e violência continuam. E que, sem uma ação mais rigorosa das autoridades, novas vítimas podem surgir nessa teia de mentiras e horror.
Conclusão sobre O Portal: A História Oculta de Zona Divas
“O Portal: A História Oculta de Zona Divas” é uma denúncia poderosa sobre o tráfico humano e a exploração sexual. Dessa forma, destacando como homens como Soni e Tony conseguiram operar durante anos sem enfrentar a justiça de forma eficaz. A série ilumina as histórias trágicas das mulheres que foram vitimas do esquema, trazendo à tona questões urgentes sobre os direitos das mulheres, a corrupção no sistema legal e a luta contínua contra o tráfico humano. Enquanto Soni continua livre, o documentário serve como um chamado para mudanças e justiça.
