O Predestinado final do filme explicado e tudo o que acontece

O Predestinado traz uma trama intrincada e atuações irretocáveis numa mistura de suspense e ficção que é imperdível.

O Predestinado

Dirigido pelos irmãos Michael e Peter Spierig, O Predestinado (2014) é um filme de ficção científica que desafia as convenções do gênero ao explorar temas complexos como destino, identidade e a natureza do tempo.

Estrelado por Ethan Hawke e Sarah Snook, o filme se destaca por sua narrativa intrincada e por um final que deixa o público refletindo sobre as escolhas e suas consequências.

A Trama e o Paradoxo Temporal

A história segue o Agente Doe (Ethan Hawke), um detetive temporal que trabalha para o Bureau Temporal, uma organização secreta dedicada a prevenir crimes ao longo da linha do tempo.

Sua missão principal é capturar o “Fizzle Bomber”, um terrorista responsável por um ataque devastador em 1975 que deixou milhares de mortos. No entanto, a trama se desenrola de maneira não linear, revelando camadas de complexidade que envolvem viagens no tempo, paradoxos e identidades entrelaçadas.

O filme começa com o Agente Doe falhando em impedir o ataque do Fizzle Bomber, resultando em graves ferimentos que o levam a reconstruir seu rosto e voz.

Ele então viaja para 1970, onde conhece John (Sarah Snook), um homem que compartilha uma história chocante: John nasceu como Jane, uma mulher intersexo que, após uma gravidez complicada, foi submetida a cirurgias sem seu consentimento, incluindo uma histerectomia e uma redesignação sexual.

Durante o parto, seu bebê foi roubado, e Jane, agora John, vive uma vida marcada por traumas.

O Agente Doe recruta John para o Bureau Temporal, prometendo-lhe a chance de se vingar do homem que o abandonou após a gravidez. No entanto, ao viajar para 1963, John descobre que ele mesmo é o homem que engravidou Jane, criando um paradoxo temporal onde John, Jane e o bebê são a mesma pessoa em diferentes estágios da vida.

O Agente Doe e o Fizzle Bomber

O grande twist do filme revela que o Agente Doe é, na verdade, uma versão futura de John/Jane. Após anos de viagens no tempo, o Agente desenvolve uma psicose e se torna o Fizzle Bomber, acreditando que seus atos terroristas são necessários para salvar vidas em realidades alternativas.

No clímax do filme, o Agente confronta sua versão futura, o Fizzle Bomber, que o alerta que matá-lo o levará a se tornar o próprio terrorista. Apesar do aviso, o Agente mata o Fizzle Bomber, selando seu destino.

O Papel de Mr. Robertson

Outro elemento crucial da trama é Mr. Robertson (Noah Taylor), o líder do Bureau Temporal. Ele é revelado como o arquiteto por trás da existência do Agente Doe, manipulando eventos para criar um agente perfeito, sem laços familiares ou passado que possam interferir em suas missões.

Robertson personifica a ideia de que o destino pode ser manipulado por aqueles que entendem as regras do tempo, mas também levanta a questão: até que ponto o livre-arbítrio existe em um universo onde o passado, o presente e o futuro estão interligados?

O final de O Predestinado é uma reflexão profunda sobre o trauma e a repetição de padrões. O Agente Doe, em todas as suas encarnações, é incapaz de escapar de seu passado, perpetuando um ciclo de dor e autodestruição.

A mensagem final do filme, transmitida por uma gravação do Agente, questiona se o futuro pode ser mudado. Essa ambiguidade deixa o público ponderando se o destino é imutável ou se há esperança de romper com os ciclos que nos definem.

Recepção de O Predestinado

Apesar de ter sido um fracasso de bilheteria, arrecadando pouco mais de US$ 4,5 milhões contra um orçamento de US$ 5 milhões, O Predestinado foi aclamado pela crítica e pelo público.

Com uma aprovação de 85% no Rotten Tomatoes, o filme é elogiado por sua narrativa complexa, mas coesa, e por seu final surpreendente. A atuação de Ethan Hawke e Sarah Snook, que interpreta múltiplas versões do mesmo personagem, também foi amplamente celebrada.

O Predestinado se destaca como uma obra que vai além das convenções do gênero de viagem no tempo, oferecendo uma experiência cerebral e emocional que desafia o espectador a questionar as noções de identidade, destino e livre-arbítrio.

Uma década após seu lançamento, o filme continua a ser discutido e analisado, consolidando-se como um clássico moderno da ficção científica.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.