“Rambo”: personagem foi baseado em soldado real

Lançado em 1982, "Rambo: Programado Para Matar" não é apenas mais um filme de ação, sendo um marco cinematográfico.

rambo

Lançado em 1982, “Rambo: Programado Para Matar” não é apenas mais um filme de ação. Diferente das sequências que transformaram John Rambo (Sylvester Stallone) em um símbolo patriótico, o primeiro capítulo da franquia destaca-se como um drama profundo sobre trauma e perda, explorando a realidade do transtorno de estresse pós-traumático enfrentado por veteranos da Guerra do Vietnã.

A obra, que subverte clichês típicos do gênero, ainda se mantém como um clássico atemporal em homenagem às lutas dos veteranos.

Inspirado na história de Audie Murphy, um veterano da Segunda Guerra Mundial que também enfrentou severos desafios psicológicos após o conflito, “Rambo: Programado Para Matar” tece uma narrativa sensível sobre as consequências emocionais da guerra.

Murphy, que se tornou um ícone cultural tanto por sua bravura no campo de batalha quanto por sua carreira no cinema, foi uma inspiração para David Morrell, autor do romance que deu origem ao filme. Diferenças marcantes entre livro e filme incluem a abordagem ainda mais brutal e sombria do material original, que dedica mais tempo para aprofundar no passado de Rambo.

Rambo tem base em soldado da Segunda Guerra

Sylvester Stallone não só protagonizou como também desempenhou um papel crucial na moldagem do tom de “Rambo: Programado Para Matar“. O filme evita sequências de ação superficiais, optando por uma representação mais realista do combate. Cada confronto de Rambo é um teste de resistência física e emocional, recordando os horrores que ele já enfrentou enquanto servia no Vietnã.

O desempenho de Stallone é uma peça chave do filme, demonstrando uma sensibilidade raramente vista em outras obras de ação da década de 80. “Rambo: Programado Para Matar” aproveita a físicalidade do ator para mostrar quão desligado Rambo está da realidade, um homem que não sabe como se adaptar a um mundo onde não está constantemente em combate.

Apesar das sequências subsequentes terem seguido uma linha mais jingoísta e patriótica, perdendo a profundidade do original, “Rambo: Programado Para Matar” permanece relevante. O filme não apenas retrata o conflito com autoridades, mas também ressalta a importância da reabilitação e terapia para veteranos. Esta abordagem torna a narrativa relevante para qualquer época de guerra, não se limitando apenas ao contexto da Guerra do Vietnã.

O filme termina com uma nota de esperança, diferente do final sombrio do livro. Após ter a oportunidade de expressar seu trauma, Rambo rompe em lágrimas e aceita se render às autoridades, um momento íntimo que destaca uma das melhores atuações de Stallone.

Rambo: Programado Para Matar” é um exemplo clássico de como o cinema pode ser utilizado para explorar e discutir questões sérias e sistêmicas, como o tratamento dos veteranos. Hoje disponível no Paramount+ nos Estados Unidos, este filme não é apenas um marco para Stallone, mas um lembrete poderoso das cicatrizes invisíveis deixadas pela guerra.

Sobre o autor

A. Cunha

Fã incondicional de samurais e Star Wars, franquia que já assistiu tudo que foi produzido até então. Adora ver diferentes estilos de filmes e séries, sobretudo as que fazem rir e refletir.