Reality final do filme explicado e tudo o que acontece

Reality traz uma surpreendente história real. Entenda o que acontece na história e qual o final desta polêmica.

Reality

O filme Reality, dirigido por Tina Satter, conta a história real de Reality Leigh Winner, uma mulher simples que se viu diante de um dilema moral e decidiu expor a verdade, mesmo sabendo das graves consequências que isso poderia acarretar.

A produção não segue o formato tradicional de uma biografia, mas se concentra nos tensos momentos que culminaram na prisão de Reality, construindo um suspense eficaz e impactante.

Tensão a cada minuto

O grande trunfo de Reality está na abordagem escolhida por Tina Satter. Ao invés de apresentar um relato amplo da vida da protagonista, o filme foca exclusivamente no dia da prisão de Winner, explorando o clima de nervosismo e incerteza de maneira minuciosa.

O enredo, aparentemente simples, ganha força através da forma como os diálogos e as interações entre Reality e os agentes do FBI são conduzidos. O longa evita exageros dramáticos e, ao mesmo tempo, não perde sua essência, tornando-se um relato poderoso sobre um dilema moral contemporâneo.

A Trama: Uma Verdade Perigosa

Reality Winner era funcionária de uma empresa contratada pela NSA e tinha acesso a documentos sigilosos. Em junho de 2017, agentes do FBI chegaram à sua casa com um mandado de busca e uma suspeita: ela teria vazado informações classificadas. Durante o interrogatório, Reality se manteve calma e colaborativa, conversando sobre assuntos corriqueiros enquanto internamente lidava com o peso das acusações.

A tensão aumenta conforme os agentes começam a revelar o real motivo da visita. Reality havia vazado um documento que confirmava a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016. Seu ato, embora considerado um serviço à democracia por muitos, levou-a a ser enquadrada sob a Lei de Espionagem dos Estados Unidos.

O Contexto Político e a Influência de James Comey

O filme inicia com a notícia da demissão de James Comey, então diretor do FBI. Embora Comey não tenha conexão direta com Reality Winner, sua saída representa um padrão de repressão governamental contra aqueles que questionam o sistema.

Como Comey, Reality acreditava que o público tinha o direito à transparência. Ela não aceitava que a democracia fosse manipulada para atender aos interesses dos poderosos.

A demissão de Comey se deu em um período conturbado, onde a influência russa nas eleições e o uso indevido de e-mails por Hillary Clinton eram tópicos quentes.

A administração de Donald Trump manipulou o discurso midiático para desacreditar adversários e criar um ambiente de desconfiança generalizada. Nesse cenário, Reality Winner sentiu que precisava agir, mesmo sabendo que poderia pagar um alto preço.

A Sentença e a Ironia do Destino

No final, Reality Winner foi considerada culpada sob a Lei de Espionagem de 1917 e recebeu uma sentença de cinco anos de prisão. O mais intrigante é que a informação que ela divulgou acabou sendo amplamente aceita como um fato e foi usada por políticos e ativistas como prova da corrupção dentro do sistema. No entanto, a mulher que tornou esse conhecimento público pagou um preço alto por sua coragem.

Reality Winner foi libertada em junho de 2021, mas seu nome raramente é mencionado na mídia desde então. Ela não era uma criminosa contumaz, mas uma cidadã consciente que se sentiu compelida a agir em nome da verdade.

Seu caso levanta questões essenciais sobre os limites entre segurança nacional e transparência pública, bem como sobre os riscos enfrentados por aqueles que ousam desafiar os interesses das elites governamentais.

Sobre o autor

Matheus Pereira

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.